sexta-feira, 12 de junho de 2009

A nova galáxia merengue

€160.000.000. Essa é bagatela que Florentino Pérez, novo (velho) presidente do Real Madrid eleito há exatos 12 dias, já tirou da carteira para trazer os 2 maiores craques do futebol mundial disponíveis no mercado: Kaká e Cristiano Ronaldo. E isso é só o começo. Outros jogadores de valores bastante proibitivos ainda estão na mira blanca: Albiol, Villa e Silva do Valência, Ribéry do Bayern Munchen, Xabi Alonso do Liverpool...
Em uma época de crise mundial tão profunda, soa até imoral negociações desse quilate. Será?
A primeira geração galática, com Figo, Zidane, Ronaldo e Beckham, não se mostrou um total fracasso esportivo. Da temporada 2000-2001 (chegada de Figo) a 2006-2007 (saída de Ronaldo e Beckham) foram 3 títulos espanhóis, 2 Supercopas da Espanha, 1 Liga dos Campeões da Europa, 1 Mundial de Clubes e 1 Supercopa Européia. Devido à indisciplina e vaidades próprias de um vestiário desse quilate, esse modelo não se mostrou esportivamente sustentável e sucumbiu após 3 anos de jejum de títulos.
Entretanto, do ponto de vista econômico, a galáxia madrileña foi um sucesso. Excursões milhonárias, amistosos a preço de ouro, milhões de euros ganhos em publicidade, direitos de imagem dos jogadores, entre outros. Estima-se que só David Beckham trouxe aos cofres do Real algo em torno de €500 milhões de euros (ele custou pouco mais de €40 milhões). Fica evidente que craques desse calibre podem não ser sinônimo de resultados dentro de campo mas, indubtavelmente, são um sucesso fora dele.
Alguns fatores contribuem para o Real Madrid conseguir tantos craques, além, é claro, da conta corrente polpuda:
- A aura de time dos sonhos que ele possui.
Maior vencedor do século XX, é a "menina dos olhos" de 10 entre 10 boleiros.

- Madri é uma excelente cidade, sob todos os aspectos.
Para jogadores jovens, então, é uma festa. Cristiano Ronaldo não deve ter pensado muito para querer trocar a fria e cinzenta Manchester por Madri.

- O regime fiscal da Espanha é bem menos voraz que o de outros países.
Na Itália, um salário de €1 milhão a um jogador, custa €2 milhões ao clube. Na Espanha, "apenas" €1,5 milhão. Isso mostra que não foi tão difícil oferecer a Kaká uma proposta mais tentadora do que o que ele recebia no Milan. Um clube tão grande quanto o Real, porém que não tem estádio próprio e que fatura pouco mais da metade do Real (palavras do diretor geral Adriano Galliani).

- O prestígio de Florentino Perez.
5ª maior fortuna da Espanha, Florentino é responsável por 5 das 10 maiores contratações da história do futebol (Cristiano, Zidane, Kaká, Figo e Ronaldo). Bastante influente na capital espanhola, é dono da construtora responsável pela urbanização da área ocupada anteriormente pela Ciudad Deportiva, complexo que pertencia ao Real no início da década e que foi vendido à prefeitura. Coincidência, não?

Não se pode ser hipócrita ao ponto de afimar que futebol é apenas bola na rede. Futebol também é negócio e deve ser encarado como tal. Os clubes devem procurar aliar bons resultados dentro de campo à estratégias comerciais que o permitam ser econômicamente rentáveis, independentemente do que venha a ocorrer dentro de campo.
Não muito longe de Madri, o seu eterno rival Barcelona apenas observa discretamente o mercado de transferências. Uma sondagem com Ibrahimovic aqui... e só. Também não há motivos para loucuras. Após conquistar o triplete na última temporada, façanha inédita pra um clube espanhol, o Barcelona já tem um base excelente à sua disposição e, o que é melhor, com jogadores que não custaram nada ao clube. Do time campeão europeu, 7 jogadores titulares na final foram formados em casa: Valdés, Puyol, Piqué, Busquets, Xavi, Iniesta e Messi. Está mais que provada, portanto, a importância das divisões de base, e que é bem mais barato montar um time campeão fazendo craques em casa do que arrancando-os de outros clubes.
Enfim, o Real precisava dar uma resposta à tríplice coroa do Barça e já começou a agir. São 5 anos de fracasso europeu (sempre queda nas oitavas da Champions) que precisam ser apagados da memória de seus torcedores. Vamos ver se o novo "Floren Team" será capaz de fazê-lo.

3 comentários:

IGOR PESSÔA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Moura disse...

Parabéns Igor,

Entrando na era dos Blogueiros! Já coloquei no Grande Bahia o Link do seu Blog.
Abraços.

Unknown disse...

Tomara que todo esse dinheiro que foi gasto sirva pra alguma coisa...!