segunda-feira, 29 de junho de 2009

Reflexões pós Copa das Confederações

A vitória é muito bom porque exalta as virtudes do time mas tem também o poder de maquiar os defeitos da equipe. O Brasil ganhou o título com autoridade, com 100% de aproveitamento, goleando a Itália e virando pra cima dos EUA. No entanto, venceu o Egito no apagar das luzes depois de estar vencendo por 2 gols de diferença, sofreu para bater os anfitriões em um jogo que esteve muito mal e ontem por muito pouco não se complica.

Mais do que o título, acredito que a vitória sobre os EUA serviu para mostrar a Dunga que o Brasil não precisa sempre jogar de contra-ataque, esperando o erro dos adversários. O Brasil sempre se caracterizou pelo "jogo bonito", pela capacidade de abrir retrancas. E ontem o time de Dunga mostrou no 2º tempo que é capaz de fazer isso. Apesar da safra de craques não ser a de outrora, dá para o Brasil jogar impondo seu estilo de jogo. Outras conclusões que obtive após essa Copa:

- Temos uma boa defesa. Um excelente goleiro, os centrais titulares e reservas são de bom nível e temos 2 ótimas opções para a lateral direita. Só que nem sempre ela vai ficar sem levar gols e nem sempre o Brasil vai conseguir virar quando estiver perdendo por 2x0. Mais um motivo pra Dunga impôr o estilo de jogo tradicional do Brasil.

- A lateral esquerda ainda é "terra de ninguém". Ao contrário do colunista Gabriel, acho que vale à pena continuar testando Daniel Alves lá. Pelo menos até que apareça alguém que possa assumir a lateral esquerda com autoridade.

- Descobriu-se Ramires, um excelente volante. Eu sei que Dunga não pensa assim mas, pra mim, Ramires tinha que disputar posição com Gilberto Silva e Felipe Melo. O Brasil de hoje não pode jogar com 3 volantes. Em 2002, Felipão ganhou com 3 zagueiros e 2 volantes mas porque tinha os 3 R's que resolviam lá na frente. Tínhamos 3 jogadores excepcionais. Hoje temos apenas 1 excepcional, 1 firuleiro e 1 goleador. Vou torcer muito pra que Ronaldinho Gaúcho volte a ser jogador profissional na próxima temporada e que pelo menos ganhe a vaga de Robinho no ataque.

- Temos um camisa 9. Mas pra quem nas últimas Copas teve Careca, Romário e Ronaldo, Luís Fabiano é muito pouco. Ele é matador, mas tecnicamente não se compara aos antecessores. E atacante de seleção tem que ter outros recursos que não sejam finalização. Espero que Pato venha a ser esse jogador. Vou torcer também para que Adriano e Ronaldo façam boas temporadas e justifiquem ser lembrados. Nem que sejam como opção para o Fabuloso na Copa.

Não podemos entrar na euforia por causa desse título. Em 2005 ganhamos até com mais autoridade, batemos Alemanha e Argentina, e fomos um fiasco na Copa. O time está no caminho certo, mas ainda há o que melhorar.

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