sábado, 13 de junho de 2009

Crônica de uma Final Anunciada

Após quase seis meses, chegamos àquela final que, desde o início, todos apostavam: Corinthians e Internacional. E não foi a toa.

Nos últimos anos, após a retirada dos times que disputam Libertadores da Copa do Brasil, poucos times com estrutura permanecem para disputar a Copa BR, este ano, além dos finalistas poderíamos destacar o Santos, o Fluminense e o Flamengo, que poderiam chegar, mas nunca foram tão favoritos quanto os finalistas.

O Corinthians vem de um ano de 2008 na Segunda Divisão, no qual ele se estruturou bem sobre a chancela de Mano Menezes, e pôde, graças a sua colocação sempre privilegiada de primeiro colocado, passar seis meses tranqüilos com sua torcida. Sem a pressão característica, Mano Menezes pôde arrumar o time do Corinthians e chegou em 2009 “nos cascos”. O grande forte do time corintiano é sua defesa, sólida e com poucas falhas. A barreira formada por Elias e Cristian, além de bloquear bem os ataques adversários, permite a saída de bola com qualidade. A defesa formada por Chicão e William, além dos laterais Alessandro e André Santos (grande destaque deste ano corintiano e justamente convocado para a Seleção), é tranqüila e séria, sem passar grandes sustos para Felipe, que quando é solicitado está dando conta do recado.

Este bloco corintiano, que está formado desde 2008, permite que o time não tenha um setor criativo tão regular. Douglas é muito instável e seu companheiro está indefinido, já foi Morais, Boquita e, mais atualmente, só Douglas com três atacantes.

No ataque corintiano, Dentinho é a grande revelação, enquanto todos apostavam em Lulinha, Dentinho chegou, conquistou seu lugar e é titular absoluto de Mano. Jorge Henrique é o jogador para “cumprir o papel do treinador”, se desloca, volta para marcar, e se deixar, deixa seu golzinho. E Ronaldo.

Acho que não preciso falar nada de Ronaldo pois tudo já foi dito, de gordo a craque. Mas ele decide, não é mais o mesmo do Barcelona, talvez nem o do Milan, mas é decisivo. Foi a peça que faltava para balancear a sólida defesa corintiana com um risco constante no ataque.

O Internacional é tido por muitos, inclusive por mim, como o melhor time do Brasil no papel. Já foi melhor no ano passado com Alex, mas não conseguiu encaixar no Brasileirão. Foi campeão gaúcho incontestavelmente em 2009, e chama atenção principalmente pelo ataque formado por D´Alessandro, Nilmar e Taison. Taison, inclusive, é um dos artilheiros do ano no Brasil.

Assim como o Corinthians, o time do Internacional está formado há algum tempo, mas algumas peças sempre mudam, a saída de Alex pesou muito, e a chegada de Kleber (na minha opinião supervalorizado) não teve o ganho de qualidade na lateral que o Inter pretendia, mas mesmo assim é um timaço. Lauro é um excelente goleiro, os laterais Bolivar e Kleber são seguros, a zaga formada por Alvaro e Indio muito difícil de ser transposta e dois dos volantes mais habilidosos do futebol brasileiro, o argentino Guiñazu e Magrão (que também joga de terceiro homem). Um elenco completo inclusive na reserva com jogadores futurosos como Giuliano e Danny Morais e jogadores rodados com Alecsandro e Andrezinho, que entram e fazem a diferença. Todos sob a batuta de Tite, que já foi campeão da Copa do Brasil pelo Grêmio contra o Corinthians em 2001.

Apesar de tantos jogadores de qualidade o Inter penou muito mais que o Corintians para chegar nesta final de Copa do Brasil. Encontrou dificuldade já na primeira fase com o modesto União-MT, que ganhou por 1x0 o primeiro jogo, e ainda dificultou o primeiro tempo no Beira-Rio. No fim Inter 2x0 com dois gols no segundo tempo e classificação garantida. Contra o Flamengo nas quartas também o Inter foi mal, jogou muito mal o primeiro jogo, e não perdeu por um milagre (final 0x0), no segundo, empate de 1x1 classificando o Flamengo até próximo do fim, e o Inter faz um golaço de falta. A semi contra o Coxa também foi difícil, apesar da vitória aparentemente tranqüila no primeiro jogo por 3x1, o Coxa fez 1x0 e faltou pouco para desclassificar o Inter.

O Corinthians não passou muitos sustos, o maior foi no segundo jogo contra o Vasco, depois de um empate injusto no Maracanã onde o Corinthians merecia a vitória, o Vasco foi superior em São Paulo, mas a defesa corintiana mais uma vez se mostrou sólida, e o resultado foi 0x0. O Corinthians chega a final, após passar por Itumbiara, Misto, Atlético-PR, Fluminense e Vasco, com uma derrota na bagagem, justamente no seu pior jogo do ano, 3x2 contra o Atlético na Baixada, onde perdia por 3x0 até os 40 do segundo tempo.

O primeiro jogo está marcado para esta quarta em São Paulo, mais desfalques para o Inter – Nilmar e Kleber na Seleção e D´Alessandro (ainda tem chances de jogar, mas poucas) contundido, o Corinthians vem desfalcado de seu jogador mais regular o lateral André Santos, também na Seleção.

Vai ser um embate entre uma defesa sólida e um ataque insinuante e a expectativa de dois grandes jogos.

Um comentário:

Leo disse...

Elias é uma merda!!!