terça-feira, 27 de outubro de 2009

A emoção das Copas

É inegável que os campeonatos de pontos corridos normalmente premiam o melhor time. São necessários planejamento e elenco (não só 11 titulares). Talvez um pouco de sorte para que sua equipe não seja fortemente afetada por lesões, erros arbitrais grotescos ou resultados "arranjados". Enfim, no fim das contas, quase sempre a equipe mais bem planejada vence, enquanto outras equipes com más administrações (os chamados "grandes") tornam-se meros figurantes, ou até brigam para não cair de divisão. O Brasileirão é uma prova disso. O São Paulo, atual tricampeão, briga novamente pelo título. Na parte de baixo, Fluminense e Botafogo estão doidinhos para visitar novamente a Segundona.

Se por um lado o campeonato de pontos corridos é o mais justo e "previsível", os torneios de mata-mata são os mais emocionantes e surpreendentes para o torcedor. Nas chamadas Copas, o torcedor daquele clube pequenininho, lá do interior, pode sonhar em bater um grande da capital. Pode eventualmente até sonhar com o título. A Copa do Brasil já nos mostrou várias dessas surpresas. Santo André, Paulista e Juventude (esse já não tão pequeno assim) sendo campeões em um Maracanã lotado. O ASA de Arapiraca eliminando o Palmeiras ou o Corinthians-AL eliminando o Atlético-PR. Na Inglaterra, por exemplo, a FA Cup do ano passado começou com 762 times(!!!), uma boa parte deles realmente amadores e que dão um charme a mais à competição. Em 2004, o Millwall chegou até a final, decidindo o título com o poderoso Man Utd (perdeu por 3x0).

Hoje quem reservou a surpresa da vez foi o modesto Alcorcón, da terceira divisão espanhola. Jogando em casa, contra o Real Madrid, aplicou 4x0 nos merengues. O Real jogou com um time misto mas que tinha Albiol, Guti, Benzema, Van Nistelroy, Raúl, Van der Vaart, ou seja, não há desculpas. Já se fala na Espanha que essa derrota entra no rol das piores da história do clube. Sorte do Real que o regulamento da Copa do Rei é benevolente com os grandes e dá o direito à partida de volta (na Europa isso normalmente só acontece nas fases mais decisivas).

Ainda não sabemos se o Alcorcón conseguirá de fato eliminar o gigante branco mas que a façanha já entrou pra história, isso já. Ao Real, resta agora colocar todos os seus galáticos em ação para reverter o resultado (não será fácil) e não cair na primeira fase de um torneio que já se mostrou maldito para eles. Não vencem desde 1993 e em 2002, ano do centenário do clube, perderam a final para o Deportivo jogando em casa.

6 comentários:

Jefferson freire disse...

Com certeza o mata-mata é mais emocionante. Mas só após o início dos pontos corridos os clubes passaram a pensar em planejamento e estrutura. Ou seja, é um mal necessário.

Abços

rbs disse...

teste

Saulo disse...

Que se cuide hoje o Barcelona para que não aconteça o mesmo!

Rafael Burgos disse...

Este que vos escreve, tem o prazer de desfrutar da convivência diária do colega colunista.Convivência esta, recheada de discurssões apimentadas sobre temas polemicos do nosso futebol, como este aqui presente: Mata-Mata ou Pontos Corridos!
Após ler o artigo" A emoção das copas", venho atravéz deste felicitar o redator do mesmo, o qual, creio eu, logrou chegar ao equilíbrio deste tema tão recorrente em todos os barzinhos do nosso Brasil.

Futebol ao Cubo disse...

Fala, cara!

Vejo tanta gente discutir sobre a melhor fórmula, como se houvesse uma absoluta. Cada tipo de torneio tem a sua fórmula. Essas Copas nacionais, que envolvem times de todas as divisões, naturalmente a melhor fórmula é mata-mata, diferente dos campeonatos nacionais que só envolvam times da mesma divisão, aí os pontos corridos são seguramente a melhor fórmula.

Assisti ao jogo do Real, foi espetacular, de emocionar mesmo, ver aqueles caras jogando a vida diante do Real Madrid, num estádio pra umas 2 mil pessoas, e goleando o nove vezes campeão europeu. O futebol é apaixonante.


Abraços!

Iboti disse...

ao que me parece, o ideal é como acontece atualmente: Copas com mata-mata e as ligas nacionais com pontos corridos. Desse modo é possível experimentar torneios com emoção e torneios com planejamento.

Que no Brasil o que está ocorrendo esse ano se repita nos anos seguintes: pelo menos entre 4 e 6 times disputando o título na reta final do campeonato. Assim, podemos agrupar a emoção ao planejamento.