quinta-feira, 28 de julho de 2011

Excelentes Ataques e Péssimas Defesas

Normalmente, escrevo os posts nos dias seguintes aos jogos para ter mais tempo para pensar no que escrever e para buscar uma foto bacana na internet. Mas, com a movimentação e empolgação com o primeiro tempo da partida entre Flamengo e Santos, resolvi começar a escrever já no intervalo. As fracas defesas das duas equipes foram o destaque negativo da primeira metade do jogo, com destaque especial para Wellington do Flamengo. Em contrapartida, do meio de campo para o ataque os dois times funcionaram muito bem. Estaria uma coisa relacionada à outra?


Outro destaque do primeiro tempo do jogo foi a baixa quantidade de faltas, apesar da existência de jogadores de habilidade nas duas equipes. A arbitragem falhou no impedimento marcado contra o Flamengo, na jogada em que Muralha entrava sozinho na cara do gol. O lance do penalti, para mim, não foi claro nem que foi falta, nem que foi dentro da área. A imagem não me deixou a impressão de penalti e os comentários de José Roberto Wright não são nada imparciais. O certo é que Elano, mais uma vez, errou feio e Felipe tripudiu com as embaixadinhas.

No segundo tempo, o Flamengo voltou com David Braz no lugar de Wellington – Vanderlei Luxemburgo queimou uma substituição por teimosia, pois Wellington já não deveria estar entre os titulares há algumas partidas. Neymar pegou David ainda sem ritmo e tripudiu no quarto gol do Santos.

A partida continuou equilibrada no segundo tempo. O Flamengo chegou ao empate e à virada em jogadas protagonizadas por Ronaldinho. No primeiro, uma simples e belíssima cobrança de falta e chutando rasteiro da entrada da área no segundo.

Conclusões:

Apesar do equilíbrio, o Flamengo fez por merecer o resultado que foi buscar após estar perdendo por 3 a 0 no início do jogo.

Neymar está jogando muito e é titular absoluto no Santos e continua na Seleção, mas ainda falta muita maturidade;

Ronaldinho não é mais o mesmo, mas ainda é um fora de série comparado ao que temos no futebol nacional;

Muralha, assim como Negueba e Diego Maurício, demonstrou mais uma vez que o Flamengo deveria apostar um pouco mais nos jogadores da base atual;

Ibson mostrou, logo no jogo de estreia, que não era à toa que seu nome sempre estava na lista de pedidos da torcida do Flamengo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

No final, o melhor foi campeão

Apesar de todos os resultados improváveis na fase inicial da Copa América, com destaque para as atuações apagadas de Brasil e Argentina, da demonstração de força de Venezuela e Peru e ainda com o Paraguai chegando à final do torneio sem ter vencido uma partida, o Uruguai foi o grande campeão.
A seleção de uniforme azul celeste, que teve seus anos de ouro nos primórdios do futebol, tendo sido a primeira campeã de uma Copa do Mundo em 1930 e protagonizando o Maracanaço em 1950, mostra que está novamente num momento de grandeza em seu futebol. Foi a melhor equipe sulamericana na Copa da África em 2010 e mostrou, nessa Copa América, que continua firma.

A escalação da seleção uruguaia mostra jogadores de qualidade e de destaque no futebol mundial e brasileiro, como Forlán, Suarez, Loco Abreu e Lugano, apenas para citar os mais conhecidos aqui no Brasil. A qualidade de seus jogadores, aliada ao entrosamento já adquirido nos últimos anos faz com que o Uruguai seja mesmo merecedor do título, apesar de todos os poréns que rodearam a competição.

Fazendo um comparativo com a nossa seleção, é ainda mais preocupante saber que teremos pouco tempo para entrosar uma equipe que ainda não tem definição (vide nova convocação para o amistoso contra a Alemanha) e conviver com todos os entornos obscuros que rondam a CBF e a seleção brasileira. A copa de 2014 já está em cima e ainda não conseguimos acreditar que o Brasil chegará em pelnas condições de ser campeão.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mudança de Postura

Parece que as cobranças públicas do capitão Lúcio surtiram efeito e o Brasil cumpriu a sua obrigação de ganhar do Equador, mesmo com as falhas do goleiro Julio César. Daniel Alves pode ter perdido a grande chance que teve para se firmar como titular da seleção, visto que Maicon entrou no momento certo e com determinação, compensando a grande diferença técnica que separa os dois.

Na frente, Robinho teve mais uma atuação regular, sem adicionar muito ao grupo, enquanto Pato e Neymar buscaram jogo muito mais do que nas partidas anteriores e o resultado apareceu. Entretanto, ainda fica a dúvida se esse esquema de jogar sem centroavante dará certo na nossa seleção. Na partida de ontem houve uma boa movimentação dos homens de frente, com uma
alternância de posições entre direita, esquerda e centro do campo. Ganso mais uma vez teve uma atuação simples, mas eficaz, jogando com dois toques sempre que podia e conseguiu armar boas jogadas. Ainda está aquém do que se espera dele, mas já mostra que tem que continuar no time titular, podendo o treinador talvez optar por seguir com alguém ao lado dele, como foi o caso de Jadson na partida anterior.

André Santos continua sendo a grande falha na convocação de Mano Menezes. Apesar do bom cruzamento para o primeiro gol, ele não se apresenta bem no apoio ao ataque e nem demonstra segurança no setor defensivo. Entretanto, o único nome que poderia colocá-lo no banco neste momento não demonstra vontade de jogar pela seleção. E está cada vez mais claro que a vontade de jogar pela seleção muitas vezes supera a aptidão técnica para estar na mesma. O ideal é conseguir juntar os dois mundos: qualidade técnica e
comprometimento.

terça-feira, 12 de julho de 2011

E agora, José, ou melhor, Brasil?

A vitória de ontem da Argentina, com Messi mostrando um pouco do porquê de ser o melhor do mundo e Kun Aguero mostrando mais uma vez o seu poder de decisão, joga ainda mais pressão sobre a selação brasileira. Mesmo que no inconsciente de muitas pessoas, as más atuações d nossa seleção eram compensadas com as más atuações dos nossos rivais, dando um certo conforto aos jogadores e comissão técnica perante a torcida. Agora, o Brasil, além de vencer o próximo jogo, tem ainda a obrigação de convencer jogando bem.

Fonte: globoesporte.com

Bem mais do que vencer a Copa América, a permanência de Mano Menezes à frente do comando da equipe está certamente condicionada a uma atuação convincente durante o torneio, sinalizando que o trabalho mirando a Copa do Mundo de 2014 está no caminho certo. Caso contrário, não sei até que ponto a CBF estaria disposta a apostar no atual técnico, pois certamente as críticas virão de forma mais contundente.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Desinteresse pela Amarelinha

Ontem, no programa Mesa Redonda da ESPN Brasil, foi levantada a observação sobre o fato de que, a cada ano que passa, as pessoas se empolgam e se interessam menos pelos jogos da Seleção Brasileira, ou “Seleção da CBF”, expressão utilizada por um dos jornalistas. É uma constatação plausível e que acredito que outras pessoas também já tenham percebido. Particularmente, fui assistir ao jogo de estreia da nossa seleção na Copa América em um bar com mais 3 pessoas e, fora nós, havia apenas uma pessoa em outra mesa vestindo uma camisa da seleção. Alto preço de uma camisa oficial à parte, há muitas alternativas baratas no mercado.

Desde então, estive pensando sobre quais motivos poderiam explicar esse crescente desinteresse pelos jogos da seleção canarinho. Por isso, resolvi fazer uma pequena lista de prováveis hipóteses, ou conjunto de circunstâncias, e algumas considerações pessoais a respeito e tentar estabelecer algo conclusivo:

1. Há tempos há uma tônica reinante na imprensa em geral, que sempre resulta em divergências com os treinadores da seleção e suas convocações, normalmente de uma maneira que joga o povo contra o time. Desde que acompanho jogos da seleção com consciência, isso desde as eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994,o único técnico que teve suporte da imprensa foi o Felipão (lembrem-me se houve outro). Parreira foi campeão em 1994 sob constantes protestos, Zagallo levou a seleção até a final em 1998 tendo que ouvir até o fim pela não convocação de Romário e, novamente foram duramente contestados os trabalhos de Parreira em 2006 e Dunga em 2008. Um foi excessivamente criticado por ter deixado os treinamentos abertos à imprensa e ao público em uma copa e outro, por ter tomado a postura contrária. Não que os motivos para as divergências não tenham sido válidos e verdadeiros, mas há algo de estranho neste fato.

2. O constante envolvimento da CBF e da própria FIFA em escândalos envolvendo corrupção, além da eterna suspeita de intenções comerciais e de favorecimento de cartolas e empresários com convocações inexplicáveis. Se voltarmos desde os tempos de 1994, a seleção nunca teve um banco de reservas convincente, sempre tendo convocações exdrúxulas, como a de Doriva em 1998 ou Grafite, em 2010.

3. A atual falta de craques no cenário nacional. Hoje, temos nossas esperanças depositadas principalmente, em 2 jogadores do Santos que são extremamente jovens para carregar tal responsabilidade: Neymar e Ganso. Depois deles, vem um ainda mais jovem: Lucas. Mas, o certo é que há muito tempo o futebol brasileiro passava tanto tempo sem ter um grande jogador em evidência no futebol Europeu. O último foi Kaká.

4. Desinteresse geral pelos assuntos ligados a identidade nacional, inclusive em outros esportes, como o Vôlei, esporte em que há algum tempo o país possui a melhor seleção do mundo. Esse desinteresse por assuntos nacionais poderia estar diretamente ligado aos constantes escândalos de corrupção que acontecem em todos os setores da administração pública e privada em nosso país. Entretanto, outros países no mundo, em especial na América Latina, estão sob circustâncias de corrupção e condição de vida piores que o Brasil e, mesmo assim defendem o que é nacional simplesmente por este motivo.

Certamente há vários motivos ou desdobramentos dos motivos acima que podem ser levantados para explicar esse crescente desinteresse pela Seleção da Amarelinha. E esta situação é, no mínimo, preocupante, pois em uma instância maior, o nacionalismo e patriotismo de um povo é também representado e verificado por suas instituições, símbolos e/ou heróis. Bom ou ruim é uma questão de ponto de vista, mas, no caso do Brasil, em especial, a Seleção Brasileira sempre foi motivo de orgulho e de respeito por parte do povo brasileiro. E a queda desta instituição não me parece estar sendo substituída por nenhuma outra.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Copa América 2011: Um começo de empates

A Copa América 2011 teve um curioso começo de empates, sendo que quase aconteceu uma zebra enorme no jogo de estreia da anfitriã Argentina. A expectativa sobre o desempenho da equipe de Messi & Cia foi paralisada pelo gol da Bolívia e, de certa forma, aliviada com o gol de empate do genro de Maradona. Para alegria geral dos adversários, la Pulga ainda não parece deslanchar com a azul celeste. Será excesso de pressão ou a falta dos companheiros do Barça?

Falando em expectativa, o jogo entre Brasil e Venezuela deixou muito a desejar devido à grande esperança que temos no desempenho dos nossos jovens,principalmente a dupla santista. A seleção brasileira teve um excelente começo de partida, com rápidas trocas de passes entre os nossos principais jogadores, mas sem objetividade nas finalizações. Alexandre Pato se mostrou muito relapso ao ficar algumas vezes impedido de maneira boba, como se estivesse desligado do jogo. Entretanto, as melhores oportunidades de gol saíram dos seus pés, com um tirambaço no travessão e chute defendido pelo goleiro Venezuelano.

Fonte: globoesporte.com

Robinho, que é o mais experiente dos jogadores entre meio e ataque dessa nova seleção não demostra a experiência que deveria ser o seu maior diferencial em relação aos companheiros neste setor. Com pedaladas sem objetivo e finalizações displicentes, também desperdiçou duas oportunidades de gol. Se continuar jogando assim, logo logo deverá dar lugar ao Lucas do SPFC.

Em relação à dupla Neymar e Ganso, acredito que a responsabilidade e a confiança neles depositadas tenham pesado. Ganso, principalmente, apareceu pouco e não criou nada comparado ao que se espera dele. Neymar, por sua vez, pareceu buscar um pouco mais o jogo, mas também não conseguiu render.

Atuando como mais um dos 90 milhões de técnicos que temos no Brasil (uma aproximação, desconsiderando-se boa parte das mulheres,dos marginalizados sem acesso a TV ou outro tipo de fonte de informação e os que simplesmente não ligam para futebol), não acho que o resultado do jogo em si seja motivo para substituições de jogadores neste momento. Talvez uma mudança de posicionamento, maior exploração dos laterais, como Daniel Alves, que possui reconhecida capacidade de apoiar o ataque, e uma pressão mais forte para objetividade de nossos jogadores possa melhorar substancialmente o desempenho de nossa seleção.